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Indiano transforma EPIs de hospitais em tijolos ecológicos

As máscaras de TNT entraram para o rol de preocupação no quesito geração de resíduos. Elas se somam ao já enorme montante de lixo hospitalar, que, no Brasil, aumentou 20% só em junho. Dados da Associação de Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe) apontam que a geração média de lixo por pessoa infectada e internada para tratamento de Covid-19 é de 7,5 quilos por dia. Um jovem indiano, de apenas 27 anos, encontrou uma alternativa digna para tais itens. Com máscaras descartáveis e outros EPIs (Equipamentos de proteção individual), Binish Desai está fabricando tijolos.

Desai é um empreendedor social que está sempre em busca de transformar o que chamam de lixo em produtos de valor. Resíduos têxteis, de papel ou de plástico – tudo é aproveitável. Com materiais que seriam descartados, ele já construiu, por exemplo, lâmpadas, lustres e pisos. Ficou assim conhecido como “O Reciclador da Índia”.

Aos 23 anos, ele desenvolveu os tijolos P-Block com resíduos de fábricas de papel, sobras de goma de mascar, extratos de plantas e aglutinantes orgânicos. Foi desta invenção que o mais novo produto surgiu: os tijolos de EPI.

Máscaras e toucas descartáveis, entre outros itens, compõem 52% da matéria-prima. Junta-se à mistura 45% de resíduos de papel e 3% de aglutinante. Os tijolos são secos naturalmente em três dias. Assim nasce o P-Block 2.0.

Segundo Desai, este tijolo é mais leve e mais forte do que o P-Block original. Além disso, é resistente à água, pragas e “retardador de fogo”, ou seja, menos inflamável.

tijolo ecológico
P-Block 2.0 | Foto: Binish Desai

“O processo de fabricação do tijolo é semelhante, mas adicionei EPIs feitos de TNT (tecido não tecido), o que inclui máscaras, aventais e toucas. Comecei a experimentar o método em meu laboratório doméstico e logo fiz alguns na minha fábrica”, explicou ao The Better Indian.

O próximo passo é realizar a produção comercial. Já está buscando parcerias para realizar a coleta segura dos descartáveis em hospitais e shoppings, por exemplo. Sua ideia é instalar caixas com tecnologia que indica quando chegam à capacidade máxima. O resíduo então permanece intocado, por 72 horas, e posteriormente é desinfectado. Em seguida será triturado e estará pronto para ser usado na fabricação dos tijolos de EPI.

Por enquanto, o jovem aguarda autorização para realizar a coleta e reciclagem dos resíduos. Lidar com lixo hospitalar já não é tarefa fácil em meio a uma pandemia os protocolos sanitários são ainda mais rígidos. De todo modo, o indiano pretende iniciar a produção já a partir de meados de setembro.

Por Ciclovivo

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