Plataforma oferece investimentos em negócios de impacto positivo na Amazônia
A SITAWI Finanças do Bem anunciou uma rodada de captação de investimentos, com foco em negócios de impacto socioambiental positivo na Floresta Amazônica. Por meio da plataforma, qualquer pessoa pode investir a partir de R$ 1 mil nos negócios de impacto positivo na Amazônia.
Os investidores serão remunerados mensalmente
durante dois anos, a juros equivalentes a 12% ao ano, considerando a taxa
em janeiro de 2020.
A plataforma de empréstimo coletivo é uma iniciativa da SITAWI e
do Instituto Sabin. A rodada amazônica acontece no contexto da Plataforma
Parceiros pela Amazônia (PPA) e tem como parceiros e financiadores
a USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento
Internacional), o CIAT (Centro Internacional de Agricultura
Tropical), o Instituto Humanize, e como parceiro de execução
o Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da
Amazônia).
Investidores e conservação
“Estamos apoiando o crescimento de uma nova geração de organizações de impacto na Amazônia, com negócio que aliam geração de renda, valorização da cultura local e proteção dos recursos naturais em uma das regiões mais ricas e importantes do planeta”, explica Andrea Resende, Gerente de Finanças Sociais da SITAWI.
A rodada vai contribuir para mobilizar R$ 3,2 milhões. Além das pessoas físicas, a captação envolve os chamados investidores âncora, que atuam para reduzir os riscos e atrair investidores de mercado. Além da própria SITAWI, são investidores âncora na nova rodada o Instituto Humanize, a USAID, o Fundo Vale, o FIIMP (Fundações e Institutos de Impacto) e o Grupo Rede Amazônica.
Rodada Amazônica – Conheça os projetos
A rodada de empréstimo coletivo é parte da atuação da SITAWI como membro da Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA), uma plataforma de ação coletiva, liderada pelo setor privado, que busca soluções para o desenvolvimento sustentável, conservação da biodiversidade, florestas e recursos naturais da Amazônia.
Prevista para março de 2020, a rodada vai levantar recursos para cinco organizações:
COEX Carajás, de Parauapebas (PA), cooperativa que tem a missão de gerar renda e recuperar as florestas pela extração e comercialização de produtos florestais. A principal atividade da COEX Carajás é a extração das folhas do jaborandi, que é matéria-prima para a formulação de produtos cosméticos e farmacêuticos, como colírio para doenças oculares e glaucoma.
Sede: Parauapebas, PA
Ano de fundação: 2011
Presidente do biênio 2019/2020: Ana Paula Ferreira Nascimento, 25 anos e única mulher da cooperativa
Quanto está captando: R$ 413.414, sendo R$ 160.594 pela plataforma de Empréstimo Coletivo SITAWI
Como pretende utilizar o investimento: o
investimento será utilizado para ampliar a frente de coleta e venda de
sementes nativas para reflorestamento, aumentando e melhorando a
qualidade do estoque, capacitando os cooperados com técnicas específicas
para a retirada de diferentes tipos de semente, e adquirindo novos
veículos para transporte
Na Floresta Alimentos Amazônicos, tem como principal produto o Chocolate Na’kau, produzido desde 2017 com cacau amazônico comprado de comunidades ribeirinhas agroextrativistas. Nasceu a partir da preocupação em conservar a floresta amazônica por meio do fornecimento de alimentos éticos e íntegros, incluindo os povos amazônicos. Hoje trabalha com 30 famílias de produtores de cacau.
Sede: Manaus, AM
Ano de fundação: 2003
Fundador: Artur Coimbra, 37 anos
Quanto está captando: R$ 1.896.458, sendo R$ 255.766 pela plataforma de Empréstimo Coletivo SITAWI
Como pretende utilizar o investimento: o
investimento será utilizado para ampliar a frente de vendas, incluindo
capital de giro para comprar mais cacau dos produtores, contratação de
novos funcionários, melhoria do marketing e aquisição de mais maquinário
OKA, produz sucos com frutas nativas da Amazônia de forma sustentável e em escala industrial para os mercados nacional e internacional. Tem como missão ser referência na produção de alimentos associados à conservação da Floresta Amazônica. Todo o ciclo produtivo é pensado de forma sustentável para que gere o mínimo de lixo e impactos negativos ambientais – as garrafas de plástico, por exemplo, são recolhidas após o uso e transformadas em tubetes de mudas de árvores doadas e plantadas para reflorestamento e criação de sistemas agroflorestais. Hoje a OKA está em 70 pontos de venda em Belém e Ananindeua.
Sede: Ananindeua, PA
Ano de fundação: 2018
Sócios: Bruno Moraes (cofundador), 40 anos; Paulo Roberto Araujo Junior (cofundador), 33 anos; e José Bonifácio Sena, 34 anos
Quanto está captando: R$ 160.819, sendo R$ 67.440 pela plataforma de Empréstimo Coletivo SITAWI
Como pretende utilizar o investimento: o
investimento será utilizado para expansão comercial, proporcionando a
entrada dos sucos em grandes redes de supermercado de Belém, capital de
giro para aumentar a compra de matéria-prima e também para adquirir
novos equipamentos
Prátika Engenharia, tem como missão prover acesso à energia elétrica limpa para comunidades isoladas no Brasil. A Prátika fornece e instala, a preços acessíveis, kits para a obtenção de energia solar para comunidades quilombolas isoladas da Calha Norte do Estado do Pará, como Oriximiná, Terra Santa e Santarém. Ao mesmo tempo que contribui para a qualidade de vida destas comunidades, reduz impactos ambientais negativos ao substituir geradores a diesel por fontes de energia limpa.
Sede: Manaus, AM
Ano de fundação: 2018
Fundadores: Adriano Santos Pantoja Lima, 29 anos, e Geovani Cordeiro dos Santos, 28 anos
Quanto está captando: R$ 413.105, sendo R$ 321.413 pela plataforma de Empréstimo Coletivo SITAWI
Como pretende utilizar o investimento: o
investimento será utilizado para aumentar o estoque – já que alguns dos
materiais são trazidos de outros estados, e essa logística costuma
demorar – e para melhorar o transporte de barco do kits até as
comunidades
Tucum, tem como missão valorizar e promover a arte das populações indígenas e tradicionais do Brasil, gerando renda para suas comunidades. Faz parcerias comerciais com associações, cooperativas, grupos produtores ou artistas, comprando artesanato indígena e revendendo por meio de seu site e lojas parceiras. Promove geração de renda de modo sustentável, valorização da cultura, empoderamento de mulheres e circulação pelo território, sendo um contraponto ao envolvimento com atividades em garimpo e madeira. Reconhecida pelo selo Origens Brasil, atualmente trabalha com 2.500 artesãos em 31 terras indígenas e/ou áreas protegidas, representando 54 etnias.
Sede: Rio de Janeiro, RJ
Ano de fundação: 2012
Fundadores: Amanda Santana, 37 anos; Fernando Niemeyer, 36 anos; e Thiago Vedova, 37 anos
Quanto está captando: R$ 371.472, sendo R$ 129.216 pela plataforma de Empréstimo Coletivo SITAWI
Como pretende utilizar o investimento: o
investimento será utilizado para transformar o site da Tucum em uma
plataforma onde as próprias comunidades indígenas podem gerenciar suas
vendas e se relacionar diretamente com os compradores, o que também
envolve capacitar os artesãos para utilizá-la, criarem seus estoques e
fazerem o empacotamento e envio das encomendas. Além disso, a Tucum vai
melhorar a frente de marketing e utilizar parte do investimento como
capital de giro para aumentar o estoque e comprar artesanato de mais
povos e etnias.
Como investir
A plataforma estará disponível em www.emprestimocoletivo.net. A rodada amazônica deve ser aberta aos investidores a partir de março de 2020. Investidores interessados já podem se cadastrar para serem notificados assim que a rodada estiver aberta.
Ao longo do contrato, os investidores recebem informações atualizadas, como o monitoramento e um relatório do impacto socioambiental dos negócios investidos, suas finanças e negócios.
“Quando o investidor apoia financeiramente um negócio e passa a receber relatórios sobre o impacto positivo gerado com o seu dinheiro, naturalmente começa a repensar seus outros investimentos e a desejar ampliar sua participação nesse ciclo”, acredita Andrea.
Toda a operação é realizada pelo modelo de peer-to-peer lending, em parceria com a CapRate, intermediada pelo Banco Topázio e com apoio do escritório TozziniFreire Advogados.
Por Ciclovivo
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